Survey: Prioridades para a gestão sustentável da água

Lançámos um survey entre os stakeholders que seguem o Linkedin da Veolia Portugal questionando sobre as prioridades na gestão sustentável da água. 

Em 250 participantes, entre os quais entidades gestoras públicas e privadas, indústrias, outras entidades públicas, academia e sociedade civil, a preocupação com a redução das perdas de água surge à frente (37%) logo seguida da reutilização das águas residuais (31%).

O reaproveitamento das águas pluviais (19%) e explorar a dessalinização (13%) são ainda apontadas, de acordo com este survey, como menos prioritárias.

Quando lançámos este survey antecipei que pudesse ser esta a ordem de prioridades e é muito interessante ver o resultado. É certo que temos casos de entidades gestoras em Portugal exemplares ao nível das perdas de água e referência a nível internacional, mas quando confrontamos com indices de perdas elevados ainda num grande número de concelhos é normal que este tema seja percecionado como uma prioridade pela maioria dos que responderam. Os outros temas representam igualmente importantes oportunidades para uma gestão mais sustentável da água em Portugal, mas por serem mais condicionadas por aspetos geográficos, clima e contextos locais acabam por aparecer numa posição menos prioritária.
Diogo Talone
Diretor da Área de Água, Veolia Portugal

Reduzir perdas de água

Quando falamos de perdas de água em sentido lato estamos na verdade a abordar várias dimensões e conceitos: perdas reais  (fugas e extravasamentos), perdas aparentes (erros de medição e usos não autorizados) e consumos autorizados não faturados (medidos e não medidos).

Em Portugal, de acordo com o Relatório Anual dos Serviços de Águas e Resíduos em Portugal (RASARP 2020), são as perdas reais que mais pesam no panorama geral das perdas. Do total de 236,5 milhões de m3 de água perdidos, "no conjunto das entidades gestoras que prestam o serviço de abastecimento de água em baixa, 70,8 % da água não faturada tem origem nas perdas reais, 15,8 % nas perdas aparentes e 13,3 % no consumo autorizado não faturado."

Na mesma publicação, quando analisado o indicador das perdas reais , verifica-se que apenas 40% das entidades gestoras em baixa são avaliadas com Qualidade do serviço boa. "Manifesta-se essencial [...] a elaboração de um programa de redução de água não faturada, por parte das entidades gestoras, que permita a redução ao longo do tempo das perdas reais e aparentes, assim como do consumo de água autorizado não faturado".

É também ao nível das perdas reais (fugas e extravasamentos) que reside o principal contributo da Veolia para uma gestão mais sustentável do recurso água, tendo participado em projetos de redução de perdas em várias cidades europeias, e também já com projetos em Portugal.

"Aqui em Portugal o mercado da redução das perdas resumia-se até há cerca de três anos à montagem de estruturas internas em entidades gestoras de maior dimensão para as combater, não havendo propriamente um mercado para prestadores de serviço. Hoje em dia começam a  existir algumas iniciativas com a participação de empresas como a Veolia com base em contratos de perfomance (parte do pagamento é em função da performance obtida na redução). Ao conhecimento técnico das entidades gestoras, nós podemos aportar a tecnologia e o digital. São processos de complexidade técnica grande onde a colaboração é fundamental. O surgimento de entidades gestoras intermunicipais nas baixas constitui uma grande oportunidade para colaboração entre o setor público e privado neste domínio, permitindo que os projetos obtenham uma escala que justifica a afetação de recursos e de tecnologias ", explica Diogo Talone, Diretor para a Área da Água da Veolia em Portugal.

 


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