Quantas perguntas cabem numa gota de água?

Escassez, poluição, consumo intensivo de energia para a sua produção. São muitos os desafios inerentes ao recurso água. E por isso muitas as perguntas em busca de resposta. Na Veolia temos várias respostas para despoluir, regenerar e descarbonizar este recurso essencial à vida.
Soluções para regenerar o recurso água


A solução para os desafios da água está na tecnologia ou nas pessoas? 

Na Veolia acreditamos que em ambos. Somos detentores de dezenas de tecnologias patenteadas, muitas delas líderes de mercado quando falamos de despoluir, regenerar e descarbonizar o setor da água. Mas a tecnologia não é autosuficiente. Precisa do know-how dos nossos recursos humanos, da conceção à engenharia, da operação à manutenção, para ser integrada, eficiente e verdadeiramente útil.  

Soluções para descobrir:

Quais os principais desafios do setor da água em Portugal?

Quais são os 3 maiores desafios para o setor da água hoje?

Eficiência dos sistemas, proteção da qualidade das massas de água e o aproveitamento dos recursos inerentes a estas atividades. 

Se há 30 anos a palavra de ordem do dia no setor da água era construir infraestruturas de tratamento e transporte, de água e águas residuais, hoje as prioridades residem muito mais em tornar essas instalações  eficientes, em garantir que as nossas massas de água estão na sua melhor condição e que somos capazes de rentabilizar o aproveitamento de todos os recursos inerentes aos processos de tratamento da água e águas residuais.

Como é que se descarboniza o setor da água?

Se pensarmos que o setor da água é uma das atividades que consome mais energia, percebemos facilmente o grande potencial da sua descarbonização. Quer nas cidades, quer nas indústrias.

Muito pelo lado da eficiência, reduzindo consumos de energia e reduzindo e evitando emissões nos vários scopes. 

E também implementando soluções que permitem transformar um grande consumidor num produtor de energia porque há energia contida quer no transporte de água, quer na digestão da lamas resultantes do tratamento da água e águas residuais, quer noutros subprodutos resultantes desta atividade.

A recirculação da água, através da reutilização das águas residuais, tem também impacto ao nível da descarbonização desta atividade.

Existe uma resposta Veolia para esses desafios?

A Veolia teve no passado, tem no presente e terá seguramente no futuro um papel importante no setor da água em Portugal, muito alinhado com o propósito da transformação ecológica das cidades e das indústrias e com o novo Programa Estratégico GreenUp 24-27.

Hoje aportamos competências humanas e tecnologias que são líderes de mercado, mas mais importante, estamos a desenvolver as soluções do futuro nas áreas da eficiência operacional, da proteção das massas de água, da regeneração do recurso água e na descarbonização.

Prevemos para a Veolia em Portugal crescimento e maior presença, o que se traduzirá também em mais empregos verdes para os jovens que queiram desenvolver o seu potencial no e para o País.

Diogo Talone
Diretor de Água, Veolia Portugal

Se há 30 anos a palavra de ordem era construir infraestruturas, hoje as prioridades residem muito mais em tornar essas instalações eficientes, em garantir que as nossas massas de água estão na sua melhor condição e que somos capazes de rentabilizar o aproveitamento de todos os recursos inerentes aos processos de tratamento da água e águas residuais.

Uma resposta com futuro...

O mundo vai precisar cada vez mais de lítio.
Tecnologias portáteis, mobilidade elétrica, armazenamento de eletricidade: tendências crescentes que dependem do lítio, fazendo desta matéria prima uma das mais críticas para o futuro da tecnologia verde.
Na extração de cada tonelada de lítio são consumidos 1,5 milhões de m3 de água. A Veolia possui as competências e as tecnologias necessárias para apoiar este mercado essencial na redução da sua pegada hídrica.
E também na reciclagem das baterias usadas, recuperando estes materiais críticos e consequentemente promovendo a segurança do abastecimento de lítio na Europa.

Prevenção e controlo da poluição das massas de água

O que são micropoluentes?

Micropoluentes são substâncias, naturais ou fabricadas pelo homem, que existem nas massas de água. Invisíveis a olho nú são detetáveis em concentrações muito pequenas (microgramas ou mesmo nanogramas por litro) e apesar das suas baixas concentrações podem ter impactos adversos quer na saúde dos ecossistemas, quer na saúde humana. Dentro do conhecimento que existe sobre vários compostos poluentes, os micropoluentes são a descoberta mais recente. O conhecimento científico em torno deste tema tem evoluído muito, também à medida que se descobrem formas mais avançadas de medir esse tipo de baixas concentrações.

Onde podemos encontrar micropoluentes?

Detergentes, pesticidas, medicamentos, cosméticos, hidrocarbonetos, são alguns exemplos de produtos que usamos nas atividades humanas e que quando se convertem em emissões nas águas residuais urbanas ou industriais libertam micropoluentes. Quando essas águas residuais são devolvidas ao meio recetor, apesar de tratadas não conseguem eliminar algumas destas substâncias, que ficam assim nas massas de água e acabam por ser ingeridas por várias espécies, algumas delas parte da cadeia alimentar dos seres humanos. E como a água que circula no Planeta Terra é sempre a mesma, ainda que mudando a sua forma e distribuição, hoje encontramos a presença desses micropoluentes um pouco por todo o mundo e numa grande diversidade de organismos.

Que consequências?

Não se trata apenas de quantificar a sua presença. O conhecimento científico tem evoluído muito na compreensão dos efeitos adversos do seu consumo pelos vários seres vivos. Existem várias categorias de micropoluentes. Os de maior conhecimento geral são principalmente os microplásticos, hoje um macroproblema, pela sua grande dispersão geográfica e presença em grande diversidade de organismos. Também se fala já bastante das hormonas sintéticas presentes em vários produtos, com impactos carcinogénicos, reprodutivos, entre outros.

Existe uma resposta Veolia para os micropoluentes?

Existem várias. Não só na vertente do tratamento, impedindo que os poluentes cheguem às massas de água, através da incorporação de etapas de tratamento especificamente desenhadas para a remoção micropoluentes. Mas também na vertente da monitorização, com ferramentas que permitem monitorizar eventos de poluição e sinalizá-los para uma remediação rápida ou até o seu acompanhamento ao longo do tempo para perceber a acumulação e tendência de comportamento nos leitos de água.

Carla Almeida
Responsável de Contratos na área do Tratamento de Água

Muito ainda está por descobrir. Por exemplo, alguns micropoluentes estão já hoje bastante bem estudados. No entanto, a interação desses micropoluentes com outros (uma vez que convivem nas massas de água e organismos) é hoje ainda pouco estudada. Mas o conhecimento científico está em permanente evolução!

Uma resposta com futuro...

O Lago Léman, na Suíça, que fornece 70 milhões de metros cúbicos de água para residentes e turistas, enfrenta um desafio de micropoluentes. Para combater este problema, um consórcio no qual a Veolia é parte ativa, implementou um sistema de tratamento multi-barreiras. O sistema inclui oxidação avançada, tratamento com carbono ativado, ultrafiltração e nanofiltração para tratar eficazmente os micropoluentes. Esta instalação será a primeira deste tipo na Europa e superará os requisitos regulatórios.

Regeneração e reutilização

Reutilizar águas residuais em Portugal vale mesmo a pena?

É verdade que em anos de  muita chuva tendemos a considerar a reutilização de águas residuais em Portugal como um não assunto. No entanto, não é um tema circunstancial, é estrutural, e profundamente relacionado com as alterações climáticas.

Também em Portugal já temos sinais claros de escassez de água. Mais no sul do que no norte, é certo. Mais no interior do que no litoral. Mas existe e a segurança do abastecimento aos portugueses exige que sejamos coesos e com capacidade de pensar no longo prazo.

Vejamos o caso da Catalunha, no país vizinho. É vivida uma situação de seca extrema sem precedentes e eles estavam já muito melhor preparados para enfrentá-la do que nós estamos.

De quem é a responsabilidade de combater a escassez?

A responsabilidade é de todos. Cada um à sua escala. Ao cidadão comum cumpre a utilização racional, a consciencialização, a informação para aceitar alternativas. Às entidades gestoras, às indústrias, à gestão central e local, cumpre implementar as melhores soluções para dar resposta a um problema que é estrutural e estratégico.

Nós, seres humanos em geral, que nos dizemos como a espécide dominante, não podemos só consumir, temos também o dever de devolver e reintroduzir os recursos aos ecossistemas. A pegada hídrica dos produtos e serviços que consumimos é muitas vezes desconhecida da população em geral, levando ao desperdício. Por exemplo, para produzirmos 1 litro de leite precisamos de mil litros de água.

Quando falamos em regenerar, falamos de regenerar águas residuais em água para reutilização?

Podemos falar de águas pluviais, de dessalinização, mas sim... as águas residuais urbanas são uma origem de água disponível, com grande volume e bastante estável na sua produção em grandes cidades.

Sabemos que o mindset atual ainda conota a água residual de forma negativa - é usada pelo homem nas suas atividade e fica poluída, mas hoje em dia temos tecnologia e processos que permitem reintroduzi-la com segurança nos circuitos produtivos e outros, incluindo a produção de água para consumo humano, como por exemplo na Califórnia ou Namíbia.

No entanto, em Portugal, de toda a água que usamos e poluímos só 1,2% aproximadamente é reutilizada. Numa situação de grande pressão sobre as reservas como a que se antevê nas próximas décadas temos o dever de olhar para este recurso com olhos de oportunidade.

E há garantias de que uma água residual, que foi poluída, pode depois de tratada realmente ser usada novamente em segurança?

Há vários níveis de tratamento possíveis, consoante o uso que pretendemos dar à água.
Esses níveis de tratamento acrescentam em relação aos anteriores "barreiras" aos poluentes. E dessa forma reduzem riscos. 

Mas na construção dessa segurança não é suficiente a tecnologia. É fundamental informar o consumidor, por exemplo por via da monitorização da qualidade da água, em contínuo, para que o utilizador possa consultar.

E também leis aprovadas, que sejam efetivamente implementadas, introduzindo também o tema da fiscalização.

Existe uma resposta Veolia para uma regeneração segura das águas residuais?

Muitas repostas. Pilar central das atividades da Veolia, a gestão da água conduziu o Grupo nos últimos 170 anos, posicionando a Veolia enquanto líder neste setor.

A Veolia dispõe hoje de dezenas de tecnologias patenteadas que permitem um tratamento avançado das águas residuais, com e sem recurso a membranas. Com recurso a membranas dispomos de soluções de ultrafiltração diversas, biorreatores de membranas, osmoses inversas, eletrodiálise inversa. Mas também, sem recurso a membranas evaporadores, sistemas de ozonização, desinfeção e filtração, entre outros. E complementarmente uma experiência secular na escolha das melhores soluções para cada caso, cidades ou indústrias.

E depois, a aposta na inovação, que todos os dias nos permite aceder a novo conhecimento e a novas tecnologias!

Luís Jacinto
Responsável de Suporte Técnico

A espécie humana, que se diz dominante, então deve dominar ao nível da responsabilidade pelos recursos. Não pode só consumir água e rejeitar águas residuais, ainda que tratadas. Tem de garantir a disponibilidade do recurso água e isso coloca a palavra regeneração num lugar de destaque da nossa atualidade.

Uma resposta com futuro...

Sendo o setor agrícola atualmente responsável por 70% dos consumos globais de água em Portugal e, em virtude das alterações climáticas, a escassez de água disponível anualmente tem tendência para se agravar.

A Veolia integra o consórcio constituído também pela ADVID - Cluster da Vinha e do Vinho, a Águas do Norte, a Poças - Sociedade Vinícola Terras de Valdigem (SVTV) e a Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD) para a implementação de uma instalação piloto, a partir da qual será possível proceder à irrigação de vinhas com recurso a águas residuais tratadas numa das ETAR que integram o sistema multimunicipal de abastecimento de água e de saneamento do Norte de Portugal, e que permitirá igualmente o aproveitamento dos nutrientes e fertilizantes presentes na mesma.

Engenharia ao serviço da eficiência operacional

Na melhoria da eficiência operacional é mais importante a tecnologia ou as pessoas?

Tecnologias sim são muito importantes, mas as pessoas continuam a ser o cerne da nossa atividade.

Porquê? Porque a tecnologia não resolve tudo. Precisa da competência das equipas, que através da escolha das tecnologias adequadas para cada situação, permitem oferecer aos clientes soluções integradas e não avulsas.

Recorrendo às competências que temos "dentro de casa" nas várias áreas, da engenharia à gestão de projeto, da operação à manutenção, capitalizamos a experiência dessas pessoas para uma seleção das soluções e tecnologias que melhor respondem às necessidades dos nossos clientes.

Um exemplo onde essa combinação da tecnologia e das pessoas foi uma mais-valia?

Um bom exemplo é uma solução para secagem de lamas que desenvolvemos muito recentemente.

As lamas são um subproduto do tratamento das águas residuais em ETAR, que podem ser complicado pelo seu volume e características, que obrigam a formas de transporte e destino final complexas.

Neste caso, recorremos a uma tecnologia de secagem de lamas que nunca tinha sido usada no cliente, uma empresa do universo do grupo Águas de Portugal, à qual ainda juntámos outra tecnologia, segundo sabemos, completamente inovadora no nosso país, de transporte de lamas a grande distância, que introduz ar comprimido no processo de bombagem da lama.

Portanto, duas tecnologias novas, que nós não tínhamos ainda implementado em Portugal, que permitem, através da energia renovável, neste caso energia térmica solar, diminuir o volume da lama até 5 vezes, contribuindo consequentemente para reduzir o seu transporte e os respetivos custos operacionais e emissões para a atmosfera decorrentes desse transporte.

E neste projeto as pessoas foram chave, porque as tecnologias são muitas e estão aí disponíveis, mas são as pessoas que escolhem as mais adequadas e as implementam com sucesso no caso concreto do cliente.

Paulo Caldeira
Diretor de Engenharia e Execução

A tecnologia não resolve tudo. Precisa da competência das equipas, que através da escolha das tecnologias adequadas para cada situação, permitem oferecer aos clientes soluções integradas e não soluções avulsas.

Uma resposta com futuro...

O tratamento e valorização das lamas de ETAR representam um grande desafio, pelo seu próprio volume e pelo volume de água presente nelas, dificultando o seu transporte.

A Veolia Portugal foi responsável pela conceção e execução da primeira instalação de secagem solar de lamas em Portugal, um investimento de uma empresa do Grupo Águas de Portugal, dimensionada para processar 4.000 Ton/ano de lama desidratada, com foco na redução da massa deste subproduto em 2 a 5 vezes através da evaporação de água e diminuição da densidade.

O processo baseia-se na utilização da energia térmica solar numa estufa, favorecendo a evaporação da água contida na lama através do aumento da superfície de permuta com a atmosfera, por revolvimento mecânico da lama e renovação do ar ambiente carregado de humidade por ar mais seco através de ventilação forçada orientada para o leito de lamas.

A redução do volume das lamas ocorre assim através do uso de uma fonte de energia essencialmente renovável conjugando o potenciar de opções de valorização com um claro impacto positivo na descarbonização do cliente.